A Rede Moradia Assessoria

Rede

A palavra rede refere-se ao conjunto de assessores, pesquisadores e professores agrupados em torno do projeto de articulação política, acadêmica e profissional para pesquisa e ação sobre as condições de Moradia e iniciativas de Assessoria Técnica populares.


Faz alusão aos elementos constituintes da rede de dormir, de descanso, tão brasileira, quanto os lugares de morar que se pretende pesquisar-agir.

O que fazemos?

Por meio de uma conjunção teórico-prática, onde se reafirma a importância da assessoria técnica, das atividades de extensão e da pesquisa-ação como meios para o avanço sobre moradia popular e assessoria técnica popular, atuamos a partir de uma articulação de grupos interdisciplinares compostos por pesquisadores, professores e assessores fortalecidos a partir de pensamentos similares. Enquanto rede, tencionamos a capacidade de olhar para as questões da Moradia e da Assessoria Técnica com a devida complexidade, reconhecendo a sua realidade diversa e as distintas possibilidades de atuação e investigação, visibilizando os apagamentos e o subdimensionamento de informações e levantamentos relativos às condições da moradia no país. A rede se propõe também a ser agente propagador de debates, práticas e conceitos que aproximem a discussão e as práticas nacionais no campo da moradia e da assessoria técnica, além de ser agente na luta pelo campo profissional da assessoria técnica no Brasil.

Grupos ou Nós

O Grupo ou Nó é um coletivo de pessoas integrante da Rede M-A, formalizado ou não, profissional ou universitário, que atua de forma dialógica na luta por moradia, no seu sentido ampliado, em pelo menos um território popular, realizando assessoramento técnico popular no sentido ampliado, via universidade, ou organização profissional.


Integram a Rede M-A, grupos com afinidade temática e de abordagem, que implicam em laços de confiança recíproca sobre uma determinada ética de pesquisa, projeto e intervenção, que adotam métodos sistemáticos de escuta, interlocução e engajamento com moradores desses assentamentos e suas organizações, evitando leituras pré-determinadas e preconceituosas sobre as condições de moradia e sobre as possibilidades de intervenção.

Moradia Popular

Compreendemos moradia popular no seu sentido ampliado. Dentro da Rede M-A, consideramos que as questões físicas, culturais, econômicas e sociais da moradia são correlacionadas, por isso, o olhar, a pesquisa e a atuação com a Moradia Popular englobam olhares diversificados, e que consideram especificidades em cada local, em cada território, e as diversas formas de atuação de cada Grupo da Rede. Questionando os termos e conceitos reducionistas ou deterministas sobre as formas de morar da população que é sistematicamente excluída ou ameaçada pelos sistemas impostos.


Adotamos aqui de forma simplificada a definição de Território para delimitar as áreas em que atuamos, levando em consideração as relações sociais, econômicas, culturais, políticas e de poder. Para a Rede M-A, o Território Popular é conformado pelo espaço físico e as relações que nele se estabelecem. Os territórios apresentados podem ser assentamentos horizontais (em terrenos) ou verticais (em prédios). Tratam-se de comunidades, situações de moradia coletiva, seus lugares e formas de vida onde o direito à moradia digna está ameaçado ou não está garantido em sua plenitude.

Assessoria Técnica Popular

Entendemos assessoria técnica popular no seu sentido ampliado, considerando atuações de caráter técnico desde que em diálogo com territórios populares na luta pela moradia digna. O sentido ampliado da assessoria popular compreende atuações de grupos profissionais, grupos universitários (extensionistas, docência e pesquisa-ação), nas quais acontecem trocas entre os grupos assessores e comunidade, considerando a luta e defesa pela moradia digna.


Algumas das características que abrangem o sentido de assessoria técnica para a Rede M-A:

  • • Prática política, politizada, coletiva, interdisciplinar
  • • Luta e defesa por direitos humanos - direito à moradia digna e à cidade - para a diminuição das desigualdades
  • • Articulada e em diálogo com territórios populares
  • • Sem fins lucrativos

Num Território Popular pode existir mais do que uma Prática Territorial. E uma Prática Territorial pode ser desempenhada por mais do que um Grupo da Rede, ainda que apenas um será o responsável pelo cadastramento da Prática Territorial.

Prática Territorial

Consiste na atuação de cada grupo em diálogo com um território popular. As práticas territoriais, como colocado para a Rede M-A, assumem formas tão diversas quanto a diversidade de comunidades e grupos constituintes da Rede Moradia-Assessoria. No entanto, todas elas implicam diálogo, presença, relação e ação no território. A prática-territorial pode ser entendida como o conjunto de ações / eventos / atividades realizados ao longo do tempo entre umgrupo e um território popular, e outros possíveis atores, e que configuram a relação entre ambos, com alguma demanda originária, objetivo a concretizar, mas que nem sempre é atingido. Entendendo a Assessoria Técnica Popular como uma prática dialógica, a prática-territorial pode ter desdobramentos inesperados, consequência da relação entre os agentes, dos contextos e conjunturas em que estão inseridos.


Para conseguirmos confrontar e relacionar formas de atuação dos Grupos, apresentamos as seguintes práticas territoriais possíveis de cadastrar na Plataforma no momento:

  • • Pesquisa
  • • Cartografia Social
  • • Incidência Política
  • • Formação
  • • Projeto Participativo
  • • Plano Popular/Comunitário
  • • Melhoria Habitacional
  • • Regularização Fundiária


Num Território Popular pode existir mais do que uma Prática Territorial. E uma Prática Territorial pode ser desempenhada por mais do que um Grupo da Rede, ainda que apenas um será o responsável pelo cadastramento da Prática Territorial.

Eventos da Prática (do Grupo ou externo)

Compreendendo a Prática Territorial como uma ação de assessoramento que acontece ao longo do tempo, para a sua apresentação e caracterização será apresentada através de marcos temporais importantes que a constituem. Entendemos esses marcos como atividades realizadas pelo Grupo com o Território Popular ou eventos externos, mas que influenciam a direção da prática, seus resultados e desdobramentos.


O evento pode ser pontual (ex: uma assembleia, uma ação policial no território) ou de duração mais longa (ex: um curso, a produção de desenhos, mapas, relatórios, etc). Até ao momento foram cadastrados os seguintes Eventos:

  • • Assembléia
  • • Formação
  • • Cartografia Crítica
  • • Incidência Política
  • • Incursão [no território]
  • • Levantamento
  • • Oficina
  • • [elaboração de] Produto
  • • Reunião

Atlas

O ATLAS proposto pela Rede M-A tem como objetivo demonstrar a distribuição espacial dos grupos nas diferentes regiões do Brasil, bem como espacializar os territórios populares onde atuamos.


A demarcação da moradia popular no mapa nos permite observar questões relevantes para a leitura dessas áreas, como sua localização, dimensões e relações com corpos hídricos.