Pesquisa aplicada para intervenção em área de baixada

Dificuldades e Contradições

A população das baixadas vem de origens interioranas e condições de pobreza urbana. Historicamente ligados à luta pela terra e a processos de instabilidade da posse, com moradia precária, esta população identifica, há décadas, as tendências clientelistas da classe política local como fator desmotivador na aproximação de grupos que lhe são externos. Neste sentido, a própria academia, como as Universidades, é eventualmente vista como um conjunto de pessoas com curiosidade e sensibilidade social, porém com pouca efetividade de sua intervenção para reverter danos urbanísticos e tendências conservadoras do Urbanismo e da implantação de obras de infraestrutura em assentamentos precários em geral. Há lideranças de bairro e de sub-bairros, atuantes, eventualmente vinculadas a mandatos de agentes políticos de diversas posições no espectro ideológico, várias delas de direita, de famílias proprietárias de terra e de empreendimentos comerciais ou manufatureiros. A maior intervenção recente, no caso específico da Bacia Hidrográfica da Estrada Nova, foi planejada por uma administração municipal conservadora, sem qualquer observância quanto ao Direito à Moradia e, ainda assim, mostrou-se atraente para contingente notável da (futura) população atingida, que só percebeu a tendência à remoção anos depois. O longo período sem intervenções urbanísticas estruturais na área parece ter criado uma expectativa supostamente redentora, associada ao projeto da Estrada Nova, em que pese a crítica da comunidade local de especialistas de perfil socialmente mais progressista, registrada desde o lançamento do projeto no ano de 2006. Governos de esquerda eventualmente têm encampado o projeto, contudo raramente fazendo-lhe as ressalvas necessárias e reclamando dele os ajustes fundamentais, totais, imprescindíveis para sua mudança de característica, saindo do tradicional perfil conservador de obras de drenagem estruturais, exclusivamente, com expressivas remoções, para uma orientação mais próxima da urbanização de assentamentos precários, mais democratizada e de menor impacto socioambiental e habitacional

Atividades desenvolvidas