2018

Fortaleza/CE

Canto

image da Atividade

Regularização fundiária do bairro Parque Presidente Vargas


A presente prática consiste em uma ação extensionista desenvolvida pelo Canto – Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará – no processo de Regularização Fundiária do bairro Parque Presidente Vargas, na cidade de Fortaleza, Ceará. O trabalho foi desenvolvido em parceria com a Defensoria Pública do Estado do Ceará

  • Regularização Fundiária

  • Cartografia Social

  • Plano Popular/Comunitário

  • Formação

Moradia

Assessoria

Nome do território popular

Bairro Parque Presidente Vargas

Ano da ocupação

1960

Estado

CE

Como a comunidade se identifica

Bairro/Comunidade

Como o estado identifica

Assentamento informal, nas categorias loteamento irregular, favela e favela em área de risco.

Área



História

De acordo com relatos dos moradores, o histórico do bairro Parque Presidente Vargas (PPV) inicia-se no final dos anos 1960, com o parcelamento clandestino e posterior venda dos lotes por um antigo proprietário local. A venda deu-se mediante pagamentos de pequenos recibos mensais, que ao final foram lavrados pela imobiliária como um contrato de compra e venda. A partir daí, começam os processos de autoconstrução e luta por direito à cidade nesse território, na medida que os moradores passaram a reivindicar das autoridades locais a instalação de infraestruturas básicas como arruamento, abastecimento de água e esgoto; bem como serviços básicos como transporte, saúde e educação. Somente no ano de 2002, a Prefeitura Municipal de Fortaleza passou a requisitar do loteador e ex-proprietário uma onerosa quantia referente ao IPTU da gleba parcelada clandestinamente, de modo com que a partir disso, este passou a contestar os títulos de propriedade dos atuais moradores, solicitando o pagamento de novos encargos financeiros para que pudessem regularizar a situação fundiária de seus imóveis. Em meados do ano de 2012, acirram-se as disputas territoriais no que tange à contestação do direito à moradia, uma vez que, com o falecimento do antigo proprietário, seus herdeiros passaram a intensificar a cobrança dos encargos financeiros para regularização fundiária dos imóveis no PPV. Desde então, vários moradores afirmam ter sido vítimas de ameaças de despejo – algumas que foram, inclusive, efetivadas. Para além dessas disputas, atualmente o PPV apresenta uma série de problemas como carência de infraestrutura urbana, equipamentos sociais, espaço público e segurança. Em um estudo feito pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE, 2014), com base nos dados do censo do IBGE de 2010, o bairro apresenta o segundo pior IDH-B4 da capital, o que reforça ainda mais a urgência de ações do poder público não somente no tocante à regularização fundiária, mas também na garantia do direito amplo à cidade que ainda é negado a essa população.

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Caracterização social

  • número de famílias

    95

  • Tamanho predominante das famílias

    Sem informação.

  • Existem dados sobre as idades?

    Sem informação.

  • Existem dados sobre gênero?

    Sem informação.

  • Existem dados sobre raças?

    Sem informação.

  • Existem dados sobre escolaridade?

    Sem informação.

  • Existem dados sobre renda?

    Sem informação.

  • Existem dados sobre Ocupação Laboral?

    Sem informação.

  • Comente sobre as principais formas de ocupação laboral no território popular

    Sem informação.

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Organização popular

  • Existência de liderança

    sim

  • Descrição do perfil da liderança

    Lúcia Fernandes é moradora do bairro Parque Presidente Vargas há mais de 30 anos e vem atuando desde então como agente de mobilização comunitária na garantia dos serviços e infraestruturas nesse território. Ela já esteve a frente de outro processo de regularização fundiária que aconteceu no bairro em meados de 2010, e na presente prática atuou como articuladora entre os alunos do escritório modelo, a defensoria pública e os moradores da comunidade.

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Caracterização Ambiental

  • Presença de Área de Proteção Ambiental (APP)

    parcial

  • Relação com área ambiental

    O bairro é atravessado por um córrego canalizado Maracanaú, que alaga em períodos chuvosos, mas esse aspecto não foi abordado na prática. Existe uma ZPA I de Preservação que corta um trecho do bairro, mas é uma área que não foi trabalhada durante a prática.

  • Risco ambiental

    sem_risco

  • Outras informações sobre risco

    Durante a prática não houve registro de riscos ligados à ordem ambiental ou urbana. O conflito iminente era a insegurança de posse.

  • Relação com corpos hídricos

    sim

  • Outras informações sobre corpos hídricos

    O córrego servia mais como elemento de localização.

  • Bioma do território

    caatinga

  • Bacia hidrográfica e caracterização da topografia

    O bairro está inserido na bacia hidrográfica do Rio Cocó que tem uma área de aproximadamente 485 km². Em relação a topografia o território é bastante plano (superfície horizontal externa, segundo a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo - nº236/2017).

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Caracterização Urbana

  • Abastecimento de água

    rede_geral_publica

  • Esgotamento sanitário

    fossa_septica

  • Pavimentação

    pavimentacao_asfaltica

  • Outras informações sobre pavimentação

    Existiam algumas ruas não pavimentadas.

  • Existência de beco/viela não carroçável

    sem_informacao

  • Drenagem urbana

    sem_drenagem

  • Outras informações sobre drenagem urbana

    Maior reivindicação dos moradores; o prefeito assinou uma ordem de serviço para início de obras de saneamento e drenagem no território no final de 2019, mas não achamos mais informações que indicassem que elas realmente tenham começado.

  • Iluminação do espaço público

    sem_informacao

  • Outras informações sobre iluminação

    Foi uma das necessidades observadas durante a cartografia.

  • Energia elétrica domiciliar

    rede_publica

  • Coleta de lixo

    sim_suficiente

  • Acesso à transporte público

    sim_suficiente

  • Acesso às instituições públicas de ensino

    sim

  • Outras informações sobre as instituições

    Apenas duas escolas municipais no bairro.

  • Acesso à serviços públicos de saúde

    nao

  • Outras informações sobre os serviços

    Por se tratar de um território localizado na periferia de Fortaleza, alguns serviços urbanos são de difícil acesso.

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Caracterização de Propriedade

  • Situação fundiária do território

    privada

  • Outras informações sobre situação fundiária

    Os terrenos foram comprados na década de 1960, vendidos em um loteamento realizado de maneira clandestina pelo ex-proprietário. A partir disso, as casas foram levantadas por meio de autoconstrução.

  • Condição de propriedade do território

    ocupado

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Caracterização da Unidade Habitacional

  • Material construtivo predominante

    alvenaria

  • Outras informações sobre material construtivo

    As tipologias são variadas, mas a que mais se repete é a da casa encostada na frente de lote com área permeável aos fundos, ou ocupando-o completamente. O uso é em sua maioria habitacional, com construções de uso misto de maneira bastante pontual.

  • Tipo de ocupação predominante

    unifamiliar

  • Número de pavimentos predominante

    terreo

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Legislação

  • Legislação Urbana incidente ou Projeto Urbano

    O bairro é predominantemente demarcado como assentamentos informais, nas categorias loteamento irregular, favela e favela em área de risco, segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS, 2012). Não apresenta zoneamento especial, sendo demarcada como Zona de Requalificação Urbana II (ZRU II), no zoneamento urbano segundo PDPFor 2009.

  • Zoneamento especial para fins de moradia social

    nao

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Acervo gráfico

Mapa de localização do bairro.
Mapa de localização do bairro. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Córrego canalizado Maracanaú.
Córrego canalizado Maracanaú. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Foto do Bairro Parque Presidente Vargas.
Foto do Bairro Parque Presidente Vargas. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Foto do Bairro Parque Presidente Vargas.
Foto do Bairro Parque Presidente Vargas. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Demandas Motivadoras

A demanda surgiu a partir da Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado do Ceará, através de uma ação da “Defensoria em movimento” - projeto itinerante que presta assistência jurídica gratuita e orientação em educação sobre direitos a diversas comunidades do estado - que constatou em uma de suas visitas a necessidade por regularização fundiária da comunidade frente às constantes ameaças de remoção sofridas por alguns moradores. Foi através da ouvidoria também que se deu a interlocução entre defensoria e universidade, momento no qual o Canto se inseriu no projeto. Inicialmente, O Canto se inseriu no processo para realizar os levantamentos, documentação e produção de memoriais descritivos dos imóveis de cerca de 90 famílias que entraram com o pedido de usucapião junto à Defensoria Pública do Estado.

Dificuldades e Contradições

Tendo em vista que o processo de usucapião tem como resultado respostas e garantias individuais, o escritório, a partir da ação, pôde perceber as limitações da individualização do pedido de regularização fundiária. Ao longo da demanda, a equipe se deparou com a dificuldade na coleta do nome dos confinantes que em algumas situações ficavam relutantes, seja por desinformação em relação à associação do seu nome ao processo ou por eventuais conflitos entre vizinhos, e com a falta de interesse de discutir sobre o bairro, mantendo o objetivo no papel da casa, que era uma necessidade mais urgente. Então uma das dificuldades foi conseguir a constância de engajamento dos moradores ao longo do processo. A incorporação da cartografia social e do documentário foi a estratégia alternativa encontrada para quebrar os vícios da individualização provocada pelas noções neoliberais de propriedade privada, tanto na resposta do processo pelas instâncias jurídicas municipais e estaduais quanto na busca em defesa de seus direitos pela população. Por fim, houve a dificuldade interna de gerir os membros do EMAU, pois o escritório não possuía muitos membros e foi difícil fazer a redistribuição para atender as atividades da prática.

Atividades desenvolvidas

  • Reunião
  • Formação
  • Reunião
  • Formação
  • Levantamento
  • Oficina
  • Levantamento
  • Oficina
  • Levantamento
  • Oficina
  • Levantamento
  • Oficina
  • Produto
  • Reunião
  • Formação
  • Reunião

Reunião

nov 2018

Reuniões para atendimento da demanda

O primeiro contato com o escritório foi efetuado pela Ouvidoria da Defensoria Pública, assim foram realizadas algumas reuniões para análise e compreensão do que seria o trabalho. Alinhou-se às ações do “Defensoria em Movimento”, projeto itinerante que presta assistência jurídica gratuita e orientação em educação sobre direitos a diversas comunidades do estado, que encaminhou os processos de usucapião no bairro Presidente Vargas. Uma vez entendendo e projetando o papel do Canto, foram feitas novas reuniões envolvendo a Defensoria Pública, os membros do escritório, professores envolvidos e a ouvidoria para discutir como se daria o atendimento da demanda. Ainda no começo do processo, outro importante agente surgiu, a Taramela Assessoria Técnica em Arquitetura e Cidade, uma Organização da Sociedade Civil que acompanha diversas comunidades de Fortaleza em ações na luta pelo Direito à Moradia e à Cidade, sendo parceira no desenvolvimento da metodologia do trabalho. Desde o início, foi elaborado um termo de cooperação entre Defensoria Pública do Estado do Ceará, Taramela e Universidade Federal do Ceará (UFC), garantindo as responsabilidades de cada um frente à realização da assessoria.

É válido ressaltar que o documento em questão assegura o Canto em relação ao comprometimento dos agentes e ao amparo da UFC, o escritório manifesta-se na cooperação como uma das incumbências da Universidade, na qual ela oferece o trabalho do EMAU. O termo atesta, também, o apoio logístico e a assistência jurídica por parte da defensoria e o apoio técnico e de desenvolvimento de estratégias por parte da Taramela referentes ao desenvolvimento das atividades pelo escritório modelo. Por fim, destaca-se também a associação de moradores e a líder comunitária que cumpriam o papel de articulação e mobilização junto à equipe de trabalho. Sem elas, muito do que foi realizado seria inviabilizado, uma vez que sua presença e dos demais moradores é o que legitimou a ação. No decorrer do processo foram estabelecidas outras parcerias como a do Laboratório de Geoprocessamento e Cartografia Social do curso de geografia da UFC (LABOCART) e a Consultec Jr, empresa júnior de arquitetura e urbanismo da UFC. Todos esses agentes atuaram no intento de cumprir os objetivos principal e específicos que nortearam o atendimento da demanda.

Resultados

De modo secundário, no que tange à ação extensionista do escritório modelo, a demanda também teve o intento de firmar parcerias com instituições públicas que compartilham dos mesmos objetivos legítimos. Essas cooperações podem aproximar a pauta da assessoria técnica aos órgãos públicos, os quais têm a responsabilidade de oferecer esses serviços. É válido ressaltar que a Defensoria Pública é um órgão com autonomia administrativa e financeira com a incumbência de prestar assistência jurídica a quem não tem acesso, por sua vez ela não representa, por exemplo, a atuação das gestões municipais no que tange à garantia de serviços em arquitetura e urbanismo à população de baixa renda. Tendo isso em vista, parcerias como essa podem ser potenciais para cobrar ao Estado a preservação dos direitos dos moradores de comunidades. Ademais, o escritório também pontuou como um dos objetivos o desenvolvimento de uma metodologia de ação em regularização fundiária em mutirão que fosse adaptável para outros locais e por outras entidades, compreendendo que essa pudesse ser uma das maiores contribuições visto que a demanda por regularização fundiária em Fortaleza é enorme, pouco difundida e muito pouco requisitada.

Desdobramentos

No início, o objetivo principal era dar andamento ao pedido de usucapião cumprindo com a fase de levantamentos e de emissão dos respectivos documentos, pranchas e memoriais. No decorrer das reuniões surgiu outro objeto relevante, a saber: a coletivização do processo, buscando envolver a comunidade em um espaço de discussão e reivindicação que transgredisse as fronteiras do requerimento individual das posses dos terrenos. Essa coletivização também pretendia posicionar o procedimento jurídico frente à um problema comunitário sensível. Dessa forma, sendo a irregularidade uma presença comum na formação das cidades brasileiras (CARDOSO, 2003), a equipe observou que a necessidade de regularização fundiária no bairro em questão emerge de um problema estrutural que afeta uma coletividade, no entanto ela é atendida e discutida de maneira individual, limitando-se ao lote de cada família, de acordo com os processos jurídicos tradicionais. A intenção de coletivizar a demanda de Usucapião adota a finalidade de quebrar o raciocínio do procedimento em interpretar os moradores como indivíduos distantes e isolados. A partir desse intento, foi indicado o uso da cartografia social aliado ao pedido de usucapião como estratégia para firmar o bairro Presidente Vargas como um local de vidas e histórias, na tentativa de estimular os atores jurídicos a enxergarem não somente um pedido único, mas uma solicitação a partir de um problema comunitário.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Ouvidoria da Defensoria Pública; Taramela ATAC.


Conteúdo da Atividade

Formação

fev 2019

Estruturação das etapas

O atendimento da demanda apresentou duas fases principais, inicialmente, a fase de estruturação das etapas, que também contou com momentos de formação interna; posteriormente a fase de execução, a qual foi perpassada por reorganizações logísticas devido ao caráter ainda experimental da metodologia e das estratégias utilizadas. Ambas as fases contaram com etapas sequenciadas que incluíam produtos e momentos específicos. Primeiramente, diante da demanda que apresentou o anseio e desejo dos moradores de terem suas casas judicialmente regularizadas, o escritório elaborou uma tabela inicial com todos os dados das casas envolvidas no processo seguido de seu mapeamento. Dessa forma, a partir das informações da tabela e da interpretação do mapa deu-se, em conjunto com a Taramela e a Defensoria, uma introdução sobre como o Canto poderia atuar neste projeto. Em seguida, o grupo se dividiu, inicialmente, em três equipes: Articulação, Levantamento e Cartografia. Cada equipe possuía funções distintas e bem definidas, cujos membros escolheram abertamente a qual frente teria interesse de se integrar.

A partir dessa divisão, a Articulação tinha a responsabilidade de promover o contato direto entre todas as partes envolvidas, propor a metodologia de atuação e propor o cronograma de atividades. Além disso, também era de responsabilidade dessa equipe elaborar e interpretar banco de dados, tanto tabelas como mapas. A equipe de Levantamento tinha por objetivo principal estudar o instrumento de usucapião, escolher qual modalidade mais se adequa à demanda, conhecer os documentos e informações necessárias para sua realização e, por fim, também promover momentos de formações internas a respeito do tema. Por fim, a equipe da Cartografia tinha por objetivo principal estudar o instrumento cartográfico, escolher a melhor forma de aplicação na comunidade e promover formações internas. Dessa maneira, com a divisão dos grupos e suas funções pré-estabelecidas, iniciaram-se os momentos de formação interna os quais se dividiram em duas partes: primeiro, com encontros internos, apenas com os membros de cada equipe; em seguida com encontros gerais do Grupo de Trabalho (GT). Tal disposição tinha por objetivo fazer com que o membro contemplasse de forma integral o trabalho, tendo um conhecimento geral do processo.

Resultados

O grupo de articulação, internamente, elaborou a divisão das casas a serem medidas por meio de uma setorização que, no total, contou com quatro áreas determinadas pelo critério de proximidade. Além disso, manteve os contatos externos, principalmente, com a associação objetivando mobilizar os moradores. Posteriormente, em reunião geral, com base em estudos de estimativa da duração do trabalho, foi proposto que todos os membros do GTLimiaridade: processos e práticas em Arquitetura e Urbanismo participassem dos levantamentos referentes às medições das casas e que apenas os membros da Cartografia aplicassem o instrumento com os moradores da comunidade. A proposta foi debatida e acordada e, assim, as atividades de campo, levantamento e cartografia, deveriam acontecer de forma alternada.

Após a realização do traço estratégico, as equipes, em conjunto, estabeleceram um cronograma de execução que se dividiu em quatro momentos, são eles: Reconhecimento; Coleta; Processamento e Entrega. No primeiro momento seria breve e contaria com a apresentação de todas as partes envolvidas; posteriormente, haveria a coleta das informações (medição das casas e oficinas cartográficas), período mais longo da atividade. Em seguida, daria-se o processamento dos dados e, por fim, a entrega dos produtos previamente acordados.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Taramela ATAC; Defensoria.


Conteúdo da Atividade

Setorização e cronograma de atividades.
Setorização e cronograma de atividades. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Mapeamento das famílias cadastradas pela Defensoria Pública do Estado.
Mapeamento das famílias cadastradas pela Defensoria Pública do Estado. Fonte: EMAU Canto, 2020.

Reunião

abr 2019

Apresentação dos grupos envolvidos e da cartografia social

A partir das etapas previamente estabelecidas e com o começo das atividades em campo, constatou-se que a estratégia de ação proposta apresentou dificuldades, e que muitas delas, poderiam ter sido evitadas, principalmente, a partir do estudo investigativo de outras experiências semelhantes. Nesse contexto, o Reconhecimento aconteceu do modo como foi planejado, na casa de uma moradora, que serviu de ponto de apoio durante toda a ação, e com a mobilização executada pela líder comunitária. O momento contou com a apresentação de todas as partes envolvidas e, por fim, houve a proposição à comunidade sobre como a ação poderia ser realizada. Neste momento, ressaltou-se a importância dos nomes do confinante para que esse trabalho pudesse, de fato, ser concluído, bem como da intenção de tratar da questão como um problema a nível comunitário. Entretanto, apesar da concordância com a proposição de trabalho, a adesão inicial dos moradores foi bastante reduzida, o que dificultou o trabalho como um todo, uma vez que muitos só souberam que suas casas seriam medidas no dia da visita.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Ouvidoria da Defensoria Pública; Moradores.


Conteúdo da Atividade

Formação

fev 2019

Momentos de formação sobre cartografia social

A equipe responsável pela cartografia realizou encontros internos de estudos procurando aprofundar a relevância do tema. Foram proporcionados momentos gerais de formação, primeiro com a mestranda Beatriz Alcântara e logo após com o professor do departamento de geografia da UFC Jeovah Meireles, especialistas em Cartografia Social. Nesses encontros prevaleceu o debate sobre o que é a ferramenta, quais seus objetivos e como pode ser aplicada. Adiante, com o avanço dos estudos e a realização das oficinas, consolidou-se a parceria entre Canto e Labocart, cujo objetivo era a concretização da atividade. Com essa cooperação estabelecida, a metodologia FOFA foi escolhida, onde potencialidades, fraquezas e oportunidades são trabalhadas.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Beatriz Alcântara, Professor Jeovah Meireles; Labocart.


Conteúdo da Atividade

Momentos de formação sobre cartografia social.
Momentos de formação sobre cartografia social. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Levantamento

abr 2019

Levantamento de 25 casas pelo grupo 1

Com base nos estudos realizados nos encontros internos, o grupo de levantamento elaborou uma ficha padrão que seria usada, individualmente, em cada medição e que tinha por objetivo facilitar a coleta de informações e sua posterior sistematização. Em seguida, ocorreu a oficina geral, com todos os membros do escritório, quando a ficha padrão foi discutida, de modo a validar quais dados deveriam ser coletados. Para essa coleta, os membros do GT seriam divididos em grupos de 3 pessoas, sendo que cada trio visitaria diferentes casas, evitando-se a repetição. Dessa forma, os materiais necessários para esse momento específico seriam mapa do bairro com as casas marcadas, fichas padrões, trenas manuais ou eletrônicas. Vale ressaltar que o processo de documentação das informações coletadas deveria ser realizado num curto espaço de tempo, de preferência nos mesmos dias em que deveriam acontecer a aplicação do instrumento cartográfico, para que erros de levantamentos pudessem ser corrigidos ao longo do trabalho e não se repetissem nas casas posteriores. As atividades foram iniciadas por meio da coleta de dados, cujos levantamentos eram realizados aos sábados e contavam com o apoio logístico da associação e o transporte disponibilizado pela Defensoria Pública.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Defensoria Pública.


Conteúdo da Atividade

Atividades de levantamento realizadas em campo.
Atividades de levantamento realizadas em campo. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Atividades de levantamento realizadas em campo.
Atividades de levantamento realizadas em campo. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Atividades de levantamento realizadas em campo.
Atividades de levantamento realizadas em campo. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Oficina

abr 2019

I Oficina de Cartografia Social

A respeito da cartografia, de início, suas oficinas foram alternadas, porém a pouca adesão dos moradores dificultou a sua realização. Tentando contornar esse cenário, suas atividades foram adiadas e passaram ser divulgadas, de forma efetiva, durante as visitas iniciais de levantamento das casas. Dessa maneira, procurava-se evidenciar a importância que esse documento poderia ter ao longo do processo jurídico e a sua relevância de ser construído de forma coletiva. Consequentemente, como resposta à divulgação, as oficinas passaram a ter, gradativamente, mais participantes.

A primeira oficina para construção da Cartografia Social do bairro Parque Presidente Vargas ocorreu no dia 27 de abril de 2019, com o intuito de estabelecer vínculos entres os participantes. As oficinas eram facilitadas por membros do Canto, Labocart (Laboratório de Geoprocessamento e Cartografia Social) da UFC e a Taramela ATAC. Os encontros aconteciam aos sábados pela manhã, e chegou a contar com a participação de 30 representantes da comunidade. As oficinas contaram com o financiamento da Defensoria Pública do Estado do Ceará.

Resultados

A construção da cartografia social do bairro Parque Presidente Vargas.

Desdobramentos

As oficinas possibilitaram um aumento das discussões internas dos moradores sobre questões referentes ao bairro.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Labocart; Taramela ATAC; Líderes e membros da comunidade.


Conteúdo da Atividade

Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Levantamento

mai 2019

Levantamento de 25 casas pelo grupo 2

Sobre as medições das casas, o número pré-estabelecido de 5 a 7 casas por trio, a ser levantado por dia de visita, mostrou-se inexequível. Isso se deu, porque logo após as duas primeiras visitas, constatou-se que era levantado em média três casas, pois o tempo de deslocamento entre os lotes e o uso de materiais predominantemente manuais não foram levados em consideração. Assim, com o objetivo de contornar esse cenário, diminui-se o número de casas a serem levantadas por trio e, consequentemente, estendeu-se o prazo final.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto.


Conteúdo da Atividade

Atividades de levantamento realizadas em campo.
Atividades de levantamento realizadas em campo. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Atividades de levantamento realizadas em campo.
Atividades de levantamento realizadas em campo. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Oficina

mai 2019

II Oficina de Cartografia Social

A segunda oficina presencial para construção da Cartografia Social do bairro Parque Presidente Vargas buscou elaborar o diagnóstico do bairro construído de forma coletiva.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Labocart; Taramela ATAC; Líderes e membros da comunidade.


Conteúdo da Atividade

Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Levantamento

mai 2019

Levantamento de 25 casas pelo grupo 3

A partir da diminuição no número de casas a serem levantadas por trio, ficou evidente que número de residências era muito elevado e que a quantidade de membros do escritório disponíveis para a realização dessa atividade era insuficiente para o término no mesmo ano. Desse modo, como resposta, firmou-se nesse estágio a parceria com a Consultec Jr, empresa júnior da UFC, para a realização em conjunto, de dois dias intensivos de levantamentos. Assim, com a redistribuição do das casas a serem visitadas, e com o apoio da Consultec, as medições restantes foram realizadas. Em paralelo, o processo de documentação das casas, não foi realizado na frequência que se pretendia e certos equívocos de levantamento se repetiram.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Consultec Jr.


Conteúdo da Atividade

Atividades de levantamento realizadas em campo.
Atividades de levantamento realizadas em campo. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Atividades de levantamento realizadas em campo.
Atividades de levantamento realizadas em campo. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Oficina

jun 2019

III Oficina de Cartografia Social

A terceira oficina presencial para construção da Cartografia Social do bairro Parque Presidente Vargas contou com a elaboração da legenda que seria usada no mapa a partir do debate que tinha como objetivo estabelecer forças, potencialidades, fraquezas e ameaças.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Labocart; Taramela ATAC; Líderes e membros da comunidade.


Conteúdo da Atividade

Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Levantamento

jun 2019

Levantamento de 25 casas pelo grupo 4

Com todas as casas medidas, iniciou-se o processamento dos dados e a digitalização das medições das casas para que fossem elaboradas as plantas baixas e os memoriais descritivos. Baseado nos dados obtidos foi elaborada uma nova tabela geral que apresentou a situação de cada lote, se ele já havia sido levantado, documentado, georreferenciado e se tinha o nome todos os confrontantes. A partir da análise dessas informações, a tabela apontou que durante as visitas de levantamento o nome dos vizinhos, ou seja, um dado primordial, muitas vezes, deixou de ser coletado. Sem essa informação o processo perde sua sustentação no âmbito jurídico e dificilmente teria sucesso. A falta desse dado, se caracterizou muitas vezes, pelo fato de que o morador não sabia o nome completo dos seus confinantes (fundos e laterais), como também em alguns casos, não existia uma relação afável entre as partes, que evitam mencionar os nomes. No caso, a baixa adesão dos moradores corroborou em muitos casos para que isso acontecesse.

Desdobramentos

Consequentemente, surgiu a necessidade de voltar ao bairro, revisitar cada casa com essa informação pendente e, dessa forma, deixar uma ficha a ser preenchida pelo próprio morador com o nome dos seus confinantes. Nesse momento de revisita, foi reforçada a importância desse dado por meio do diálogo direto e, principalmente, por meio de uma cartilha explicativa que apresentava informações completas sobre o referente processo de usucapião no qual estavam envolvidos. Desse modo, a cartilha que foi produzida pelos membros do escritório, ficava com os moradores e as fichas, com os nomes dos confinantes, deveria ser entregue por cada morador sede da associação. Logo após, a grande parte dos moradores que foram revisitados entregaram às fichas dos confinantes com os dados completos e, infelizmente, por causa da impossibilidade jurídica desse processo dar continuidade sem essa informação, apenas essas as casas puderam ser documentadas. Assim, o processo de digitalização para a elaboração de cada memorial descritivo e planta baixa ocorreu, na maior parte, em regime de mutirão envolvendo todos os membros do GT.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Liderança comunitária.


Conteúdo da Atividade

Cartilha informativo sobre usucapião e direito à cidade entregue à comunidade.
Cartilha informativo sobre usucapião e direito à cidade entregue à comunidade. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Oficina

jun 2019

IIII Oficina de Cartografia Social

Na quarta e última oficina presencial para construção da Cartografia Social do bairro Parque Presidente Vargas foi realizada a hierarquização dos pontos mencionados nas oficinas anteriores.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Labocart; Taramela ATAC; Moradores.


Conteúdo da Atividade

Oficina de Cartografia Social.
Oficina de Cartografia Social. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Produto

abr 2019

Documentário "O que está acontecendo no Presidente Vargas?"

De forma simultânea aos levantamentos e as oficinas cartográficas, alguns integrantes do escritório tomaram a iniciativa de desenvolver um vídeo visando documentar o processo, por meio do qual foi dado voz aos moradores, registrar suas lutas e denunciar o que estava acontecendo no bairro. O documentário pauta e questiona os conceitos pré-estabelecidos de bairro, moradia e lar, perpassando sobre a construção afetiva dessas palavras até as ameaças ao qual estes conceitos estão submetidos no contexto atual do local. Para tanto, foram realizadas diversas entrevistas onde os cidadãos contaram suas histórias e revelaram suas relações de afeição com o PPV. O vídeo é um compilado de relatos sobre a construção participativa desse espaço e de denúncias sobre a situação de irregularidade e clandestinidade que afeta a vida cotidiana e os direitos dos moradores que lá vivem. O material foi gravado durante os meses de abril, maio, junho e julho de 2019.

O documentário pode ser assistido por meio do link: O que está acontecendo no Presidente Vargas?

Desdobramentos

O documentário foi apresentado durante a solenidade de assinatura do termo de cooperação, durante a entrega final do material produzido para os moradores e durante uma roda de conversa na UFC chamada de "Cine Canto".


Financiamento


Atores envolvidos

EMAU Canto.


Conteúdo da Atividade

Documentário "O que está acontecendo no Presidente Vargas?".
Documentário "O que está acontecendo no Presidente Vargas?". Fonte: EMAU Canto, 2019.
Documentário "O que está acontecendo no Presidente Vargas?".
Documentário "O que está acontecendo no Presidente Vargas?". Fonte: EMAU Canto, 2019.
Documentário "O que está acontecendo no Presidente Vargas?".
Documentário "O que está acontecendo no Presidente Vargas?". Fonte: EMAU Canto, 2019.

Reunião

jul 2019

Assinatura do termo de cooperação

Ocorreu uma solenidade para assinatura do termo de cooperação no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC e teve a participação da Defensoria Pública, do Reitor da UFC, representantes do Taramela ATAC, membros do EMAU e o professor orientador. Nesse evento ocorreu também a exibição de um trecho do documentário.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Defensoria Pública; Reitor da UFC; Representantes do Taramela ATAC; Professor orientador do Canto.


Conteúdo da Atividade

Da esquerda para direita: Prof. Henry Holanda (Reitor da UFC), Mariana Lobo (Defensora Pública), Lucas Lessa (Coordenador Taramela).
Da esquerda para direita: Prof. Henry Holanda (Reitor da UFC), Mariana Lobo (Defensora Pública), Lucas Lessa (Coordenador Taramela).
Evento de assinatura do termo de cooperação.
Evento de assinatura do termo de cooperação. Fonte: EMAU Canto, 2019.

Formação

jun 2019

Roda de conversa sobre direito à moradia e lutas comunitárias

Espaço de diálogo e troca de experiências a respeito de lutas pelo direito à cidade e à moradia na cidade de Fortaleza, tendo como convidadas especiais Adriana Gerônimo e Fátima Moura, representantes das comunidades do Lagamar e da Vila Vicentina de Estância, respectivamente. Novamente o financiamento foi por meio da Defensoria Pública do Estado do Ceará.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Adriana Gerônimo e Fátima Moura; Líderes e membros da comunidade.


Conteúdo da Atividade

Roda de Conversa sobre direito à moradia e lutas comunitárias pelo direito à moradia em Fortaleza.
Roda de Conversa sobre direito à moradia e lutas comunitárias pelo direito à moradia em Fortaleza. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Roda de Conversa sobre direito à moradia e lutas comunitárias pelo direito à moradia em Fortaleza.
Roda de Conversa sobre direito à moradia e lutas comunitárias pelo direito à moradia em Fortaleza. Fonte: EMAU Canto.

Reunião

out 2019

Entrega das pranchas e memoriais descritivos

O evento teve como objetivo marcar o encerramento das atividades presenciais do projeto, bem como instruir os moradores a respeito dos próximos passos do processo na esfera jurídica. Integraram esta atividade derradeira: a apresentação integral da cartografia social, a exposição do videodocumentário e, por fim, foram entregues 89 plantas baixas e memoriais descritivos referentes ao processo de Usucapião. Ademais, o resultado da cartografia foi anexado individualmente em cada ação, para que assim ela pudesse tentar cumprir seu objetivo pretendido.

Resultados

Ao longo do processo, estiveram envolvidos ativamente 24 alunos membros do escritório modelo; 23 alunos vinculados a outros projetos de extensão e pesquisa da UFC (Consultec Jr e Labocart); dois professores orientadores; três assessores técnicos, membros da taramela; três defensores públicos; três motoristas fornecidos pela defensoria pública e uma líder comunitária – que totalizam 57 indivíduos, para além dos diversos moradores que participaram ativamente das atividades. Por conta do prazo final, os últimos encontros ocorreram de forma simultânea aos levantamentos. No que tange à prática de extensão universitária, o escritório buscou avaliar as ações desenvolvidas durante o GT em dois grandes aspectos: internos e externos. Do ponto de vista interno, devido à dimensão da ação, o grupo de trabalho contou com a participação da maioria absoluta dos membros do escritório – fossem eles antigos ou recém ingressos. Isso acarretou a formação de um grupo de trabalho heterogêneo, com alunos desde o segundo até o nono semestre da graduação. Dessa forma, o projeto, para além de ampliar o léxico de discussão a respeito das práticas de regularização fundiária de forma empírica, serviu também para introduzir debates a respeito de direito à cidade e direito à moradia aos novos membros. Para além disso, o contato direto com os moradores, suas vidas, seus direitos e seus anseios estimulou uma tentativa de aproximação dos conhecimentos de natureza acadêmica e dos saberes autoconstruídos (NASCIMENTO, 2019) desse território, levando os alunos a um processo de reflexão acerca do papel do arquiteto urbanista frente aos cenários de informalidade e precariedade presentes no espaço urbano.

Já do ponto de vista externo, avalia-se que as ações de coletivização do processo – tanto através do instrumento da cartografia social, quanto do videodocumentário – foram importantes mobilizadores sociais, ampliando a capilaridade do escritório dentro da própria comunidade. Questiona-se, entretanto, principalmente no desenvolvimento das ações de levantamento e documentação dos imóveis, o papel desempenhado pelos agentes institucionais (aqui representados pela Universidade e Defensoria Pública do Estado) no processo de transferência de conhecimento - seja ele de natureza jurídica, ou de natureza arquitetônica. Dessa forma, o escritório avalia que seria importante propor momentos que compartilhassem os saberes e estimulassem a participação popular, como oficinas delevantamento e formação sobre o processo de Usucapião para os moradores. Tudo isto para que a comunidade agregue o saber técnico ao seu cotidiano, bem como o entendimento dos seus direitos como cidadãos, e sobre as formas como reivindicá-los.

Por fim, é válido salientar que parcerias institucionais, como a que viabilizou a execução do projeto aqui apresentado, devem ser feitas de maneira crítica, avaliando-se o papel de cada um dos agentes e quais são as suas contrapartidas ao fim do processo. Entende-se que cabe especialmente às gestões municipais, o dever de promover a regularização em assentamentos precários, bem como o cumprimento da lei federal de assistência técnica, de modo que a atuação dos escritórios modelos deve somar a este processo, e não substituir a contratação e mobilização de técnicos encarregados do assunto. Ademais, é importante que tanto EMAUs, quanto demais práticas de assessoria técnica, atuem nesse processo de forma sistêmica e contínua, ampliando o campo das reivindicações dessas comunidades para além a dimensão jurídica da segurança do título propriedade desses imóveis.


Financiamento

Público


Atores envolvidos

EMAU Canto; Taramela ATAC; Defensoria Pública do Estado do Ceará; Líderes e membros da comunidade.


Conteúdo da Atividade

Entrega das pranchas e memoriais descritivos referentes ao processo de Usucapião.
Entrega das pranchas e memoriais descritivos referentes ao processo de Usucapião. Fonte: EMAU Canto, 2019.
Entrega das pranchas e memoriais descritivos referentes ao processo de Usucapião.
Entrega das pranchas e memoriais descritivos referentes ao processo de Usucapião. Fonte: EMAU Canto, 2019.